segunda-feira, 28 de março de 2016

Câmara de Comércio acredita que voos "low cost" vão chegar à Terceira em 2017

O presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), Sandro Paim, manifestou-se hoje convicto de que, em 2017, a ilha Terceira vai passar a ter ligações aéreas de companhias de baixo custo.

"Acredito que, se fizermos todos o nosso trabalho - e quando digo todos, refiro-me ao Governo Regional, ao Governo da República e aos empresários -, no início de 2017 teremos ‘low cost' a voar para a Terceira", frisou, em declarações à agência Lusa.

Para Sandro Paim, o Executivo de Lisboa deve negociar a deslocação de companhias áreas de baixo custo para a ilha Terceira e o Governo Regional, que gere o aeroporto das Lajes, deve "criar sistemas de incentivos" para atrair essas transportadoras.

A 29 de março de 2015, as rotas aéreas entre as ilhas de São Miguel e Terceira com o exterior da região foram liberalizadas, mas apenas a ilha de São Miguel passou a ter voos de companhias aéreas de baixo custo.

Em julho do ano passado, o líder do PSD/Açores, Duarte Freitas, afirmou que a ilha Terceira passaria a ter voos 'low cost' a "breve trecho" e, dias depois, o líder regional do CDS-PP, Artur Lima, disse que o então ministro da Economia visitaria a ilha para anunciar o mesmo.

Também o secretário regional do Turismo e Transportes, Vítor Fraga, confirmou que existia uma companhia interessada na rota da ilha Terceira e adiantou que o Governo dos Açores estava a trabalhar para sensibilizar as companhias que já voavam para São Miguel.

No mesmo mês, o então ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes, disse acreditar que, "a muito curto prazo", a Terceira teria dois ou três voos semanais ‘low cost', alegando que essa medida se integrava no plano de mitigação do impacto da redução militar norte-americana na base das Lajes, situada na ilha Terceira.

Um ano depois da liberalização, a ilha Terceira continua sem voos ‘low cost', mas o presidente da CCAH acredita que estão criadas condições para que no início de 2017 se comecem a realizar quatro ou cinco voos semanais.

"É um processo negocial que, provavelmente, está mais facilitado hoje do que há um ano atrás, porque havia toda uma incerteza que neste momento já não existe", declarou.

Sandro Paim considerou que, em termos genéricos, a liberalização da rota foi "positiva", mas admitiu que se verificaram alguns "constrangimentos", tendo em conta que as ligações para o continente português continuaram a ser operadas apenas pela SATA e pela TAP, em regime de ‘code-share’, mas sem obrigações de serviço público.

"Sabemos bem que no ano passado, no verão, não havia lugares para a Terceira e os que havia eram acima dos 500 euros. Isso foi prejudicial. Foi um impacto negativo que a liberalização teve. O custo do transporte de mercadorias também aumentou substancialmente", salientou.

Segundo o presidente da associação empresarial, grande parte destes constrangimentos não se repetirá em 2016 se a SATA e a TAP cumprirem com a intenção anunciada de aumentar a capacidade global de lugares em 30%.

Em 2015, as dormidas na hotelaria da ilha Terceira cresceram 7,4%, quando a média regional foi de 19,6%, o que, segundo Sandro Paim, também se ficou a dever ao desconhecimento dos reencaminhamentos gratuitos, que permitem que os turistas entrem por São Miguel tendo como destino final outra ilha.

O presidente da CCAH disse esperar que a Terceira atinja, este ano, um crescimento do turismo "acima dos 10%", com o aumento dos lugares disponibilizados na SATA e na TAP e com operações de Espanha, Alemanha e Estados Unidos, mas insistiu ser "essencial" a entrada de companhias ‘low cost', para que se registe um aumento acima dos 20%.


Fonte: Açoriano Oriental

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